28 de set. de 2013

O que eu sinto ...


Sim, eu chorei. Mas não foi por alguém, quer dizer, foi por mim mesma, por tudo que fui e sou, desde a criança com sorriso puro até a garota de hoje com o mesmo sorriso, mas que não tem o mesmo brilho. Vendo as fotos, me lembrando de momentos tão bons, achei que não choraria, foi mais forte que eu. Foi como se a criança que eu fui, olhasse pra mim agora e sorrisse, foi como sei lá, me encontrar comigo mesma, só que mais jovem, e parecia que eu do passado seria mais capaz de comandar a vida do meu eu do presente, foi como se eu pudesse deitar no colo da criança que eu fui e que eu cuidasse de mim mesma, parece que a criança do passado via tudo, sabia de tudo que ia acontecer e sorrisse com ternura pra acalmar o que eu sinto agora, sorrisse com calma, amor e compreensão.

As escolhas que fiz por mim, mudar, mudar, errar , acertar, mudar de novo, errar e acertar mais cem vezes me fizeram chegar a conclusão de que realmente não importa o que faça, você sempre vai ter a mesma criança dentro de si, com sorriso puro, amor inocente, brincadeiras bobas e o dom de cativar a tudo e a todos, sim, ela se esconde depois que se cresce, depois que se decepciona, mas se você parar pra pensar, o seu eu do passado jamais lhe abandona, a criança feliz que você foi sem preocupações ou dor continua ali, é só procurar.

Me vejo nas fotos recentes, olho no fundo dos meus olhos, e ainda assim não acho resposta pra aquilo que eu sou ou sinto, se olho nos olhos da criança que fui, acho toda e qualquer resposta, sem uma reticências, sem uma segunda pergunta, sem algo que deixe duvida, algo concreto e certo, crescer nos magoa, as pessoas que conhecemos durante esse processo nos magoam, é inevitável, crescer assim como se magoar.

Você ama, e quem você ama lhe corta as asas, quebra seu coração, deixando você magoada, destruindo o que há de puro em você, o primeiro idiota que faz com que você mude, seja fria, perca o brilho dos olhos, do sorriso, a coragem e por fim a esperança que algo ainda dará certo, pode parecer exagero meu, mas se você se lembrar do primeiro amor que te magoou e lembrar do que sentiu e como mudou, vai ver que tenho razão.

Dizem que o primeiro beijo jamais esquecemos, pelo contrário, as coisas boas sempre se vão, uma hora ou outra, eu já nem lembro mais quem foi e como foi, sempre vou lembrar daquele que me magoou primeiro, e mesmo que daqui a 20, 30 anos eu estiver casada e feliz, não vou esquecer, coisas que te fazem mal são as que realmente te marcam.

Por fim ao voltar falar de mim mesma, eu digo que não mudei, eu continuo a mesma criança meiga , fofa, carinhosa, carente que necessita de atenção, o que aconteceu foi que criei camadas diferentes de mim, como um muro em volta de uma casa, uma proteção, e me tornei o que sou , envolta em camadas, cada vez mais fria e com mais medo de me machucar, cada vez mais fechada, existem pessoas tão fechadas que eu chego a duvidar que a criança dentro dela ainda esteja viva, que não tenha sido sufocada por tantas camadas de tristeza, solidão e mágoa, sabe as vezes é preciso se libertar, deixar que a criança dentro de ti saia pra brincar, respirar, mesmo que teime em não querer ser novamente aprisionada, ela precisa reviver de tempos em tempos pra não simplesmente desaparecer. Depois de tanto blá blá blá o que estou tentando dizer é: liberte o que você tem guardado, jogue fora de preferência lembranças ruins, não guarde isso pra sempre, não se feche tanto, sabe a criança de que tanto falo? Ela reaparece toda vez que você sorri não deixe que os sentimentos bons se esvaiam e que dê lugar aos ruins, JAMAIS permita isso, seja quem quiser ser, chore, grite, faça de tudo, mas faça por você.



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